Essa dor não faz o menor sentido
Mas é sentida, precisa ser sentida
É essa a dor de um grande amor
E de sua morte, de seu fim
Essa não é uma carta comum. Cheia de sonhos, de colorido.
É uma carta de dor e de amor, de (des)amor.
Lida por vozes diferentes,
“é um sentimento conjunto em que vários corações se derramam e se consolam”. (VictorOH)
Ela flui com a intensidade do sentir, com o que faltou, com o que sobrou.
Com as composições de cada momento único.
Fato raro, é resultado de fonte única, de uma só inspiração.
Você quebrou a sequência
E trouxe ação, reação, confusão
Você me satisfaz sem me preencher
E me ancora sem me prender
Você virou meu (des)norte
Um amor sem romance, quem diria?
Travessia sem bússola
Sem rota de navegação
Sem porto e sem rumo
Me deixo levar
Deixo você me pilotar
Atravessar, percorrer, romper
Quando a tempestade passa
E você se vai
Tudo se esvazia
A viagem termina, a onda quebra na areia
E fico só.
Tenho mais medo de deixar você ir
Do que te permitir entrar de vez
Porque seu olhar
Ah, esse olhar de imensidão em cinza
É de preenchimento completo
E de um vazio assustador