Lídia Helena era uma flor sinistra,
Beleza, crueldade e perversidade em forma de flor,
Que emprestou o nome da flor narciso
E enfeitou o meu jardim da esperança,
Lídia Helena, flor bela que não era flor,
A dor de amar Lídia Helena,
Que ao me descartar,
Não trouxe nem uma carta de adeus;
Cruel;
Os seus ramos tinham penetrado lentamente em minha alma,
E em mim,
Não para amar,
Nem abraçar,
Mas para perfurar a minha carne
E enlaçar o meu coração,
A adorável dor que eu sentia
Fez com que eu ficasse mais triste
No dia em que ela se foi.
Mesmo deixando os seus ramos
Ela nunca mais voltou
E eu, magoado, desiludido
E só
Contentava-me com as lembranças de Lídia Helena
E só;
à noite o rosto de Lídia Helena assombrava o meu sono,
De dia o rosto de Lídia Helena assombrava o meu viver,
Entretanto o vaso que a sustentava
Nunca mais foi regado
E secou
E aquela flor murchou
E não enfeita mais o meu jardim esperança
Nem a minha saudade.