Quando eu estiver partindo
tirem-me os anéis de ouro.
pesa-me tanto esse lastro!
Descalcem-me as sandálias.
Pés nus caminham ligeiros
por sobre as águas claras.
De bagagem, levo apenas,
entrançados nos cabelos
alguns instantes perfeitos.
Agasalhos, não preciso.
Basta-me lenço, ou um gesto,
para desfraldar o adeus.
Leve...Leve...Uma aragem
de rosas perfumará os lençóis
e me abrirá as cortinas.
E, quando soarem, longe,
risos e sinos de cristal,
já estarei na outra margem.