Desolação...
Não colho afagos, sentada nessa inércia
Afogo-me nas águas da solidão, assisto
O dia escorrer mais cedo...
Pela descrença, peço ao criador perdão...
Tempestades de verão, engolem o sossego
Há toda sorte de maldição, não há remédio que cure indignação
Sonhos, tornam-se pesadelos, descem pelas águas
Germinando, nasce o medo em profusão
O que será, do pobre amanhã? Sem teto, sem ter onde acordar.
E ainda o desafio, driblar o mal que assola
Sem trabalho, aguarda a esmola, cai a dignidade humana...
Bendita a mão, que doa sem intenção
Bendito o pobre que se ergue,
Não esmorece, crê na vida, de coração...
Ema Machado