Ema Machado

Desolação...

Desolação...

 

Não colho afagos, sentada nessa inércia

Afogo-me nas águas da solidão, assisto

O dia escorrer mais cedo...

Pela descrença, peço ao criador perdão...

Tempestades de verão, engolem o sossego

Há toda sorte de maldição, não há remédio que cure indignação

Sonhos, tornam-se pesadelos, descem pelas águas

Germinando, nasce o medo em profusão

O que será, do pobre amanhã? Sem teto, sem ter onde acordar.

E ainda o desafio, driblar o mal que assola

Sem trabalho, aguarda a esmola, cai a dignidade humana...

Bendita a mão, que doa sem intenção

Bendito o pobre que se ergue,

Não esmorece, crê na vida, de coração...  

Ema Machado