Marcelo Veloso

C O N F L I T O

Devo dar o abraço ou reclamar cansaço?

  Fazer o que é certo ou ficar no deserto?

    Ajudar no que for preciso ou me portar indeciso?

      Resistir à indiferença ou reclamar uma pertença?

        Não gostar de ser ofendido ou fazer-me ser querido?

          Ocupar-me só o que é do agrado ou aceitar reservado?

            Relutar ao que não satisfaz ou me decidir incapaz?

 

Se o que for dito, que não me traga conflito,

mas, se tiver conflito, que não me deixe aflito.

Se o peso da decisão me causar estranheza,

que a decisão não me pese com tristeza.

 

Devo ficar calado ou exigir ser escutado?

  Insistir que aceite minha opinião ou não fazer qualquer consideração?

    Reconhecer no outro uma atitude legítima ou me fazer de vítima?

      Ficar o tempo todo indignado com a situação ou tomar uma decisão?

        Sentir como um pau que nasce torto ou me alojar na zona de conforto?

          Entender, do outro, a dificuldade ou me atulhar na vaidade?

            Apontar aos outros os seus defeitos ou rever os meus conceitos?

 

Se a divergência me tirar o sossego,

que eu não me abrigue no apego.

Se o enfrentamento causar atrito,

que eu saiba superar qualquer conflito.