Abro meus olhos, encharcados por...
Sentindo o peito sendo esmagados por prensas
Mas, não vejo nada, a não ser um espelho
Meus ombros pregados, pregos da cruz, doem
Fundo o suficiente para machucar com apenas o ato de piscar
Cada piscada vem com si lagrímas
Suando, suando frio, sinto medo
Começa a fazer meu sangue ferver, sinto a morte ou pior
O desespero me faz se mexer descontroladamente, causando uma imensa dor
Os pregos ficam cada vez maiores, quanto maior a dor, maior eles ficam
Perdendo o sentido, extasê da loucura
Até a cama me faz mal, expelindo suas agulhas de seu enchimento
Perto da morte, ou ja estando com ela
Me vejo naquela posição patética, imbecil
Não é espelho, sou eu
Apenas eu, eu que desejo, longe disso
O ódio fermentado por coisas efemêras é a causa
Tenho que expor, mas não para o mundo, para mim mesmo
Machucar esse ser medíocre já é o suficiente para continuar vivendo como sou, uma casca
Toda a dor se foi, se esvaziou
Vejo a faca em minhas mãos tremulas, pronta para o final
Sim, eu desejo
Cravo a belíssima faca no peito do morimbundo deitado, ínutil
Abro meus olhos, encharcados por...
Acordo, saindo de um pesadelo para outro
Nesse eu não tenho coragem, a fraqueza me domina
Mas em devaneios, sim, lá eu consigo, quantas vez eu quiser.