Uma angelical prenda
Numa fazenda criada
O campo foi sua agenda
Sua vida ali foi traçada
Talvez ninguém entenda
Essa prenda apaixonada
Bebeu água lá na sanga
Comeu pitanga no pé
Colar feito de miçangas
Linda Índia de São Sepé
Conduziu bois de canga
Tropeou uma saga de fé
As rugas no rosto liso
Indicam as primaveras
Faz-se sulcos precisos
Na vida bela da fera
Retrato lindo e altivo
Daquela mãe gaudéria
Na luta de muitos anos
Nunca fez nada por média
Sua colmeia foi seu bônus
Segurou firme as rédeas
Cumpriu todos seus planos
Escreveu sua enciclopédia
Despacito mamãe foi
No ensombrecer da lida
Nada dela vem depois
Um vazio na despedida
Aquele amor entre dois
Fundiu em uma só vida
Marcas de uma heroína
Ficou gravada no trilho
Hoje a saudade é rotina
Dessa flor de tanto brilho
Mamãe é livro que ensina
Contexto é o próprio filho