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Marçal de Oliveira Huoya

Sobre o Amor

Eu não lembro mais o que vem depois

Engana-se quem acha que o mais difícil é o primeiro passo

Sendo impulsivo e irracional basta um átimo de coragem

Impensada e irresponsável e pronto

O caudaloso rio da paixão deságua aliviado

Em se desfazer do peso do que está represado

No plácido e imenso mar oceano do futuro incerto

Onde todos os próximos passos, inseguros e preguiçosos

São opressivos e assustadores

A ideia que se transformou em gesto

O gesto que se materializou em palavras

As palavras que se converteram em toque

E já estamos na superfície calma e atraente

Desse mar transparente que  logo abaixo oculta

Correntezas perigosas e traiçoeiras

Cedo se percebe que aquela expedição divertida

Como fora concebida no nascedouro

Com festivo retorno

Torna-se tensa e arriscada

Pelo mar que lhe submerge e lhe sufoca

Arrasta-o para profundeza

Não o mata, pelo contrário, pior

Torna-se seu elemento, necessário e imprescindível

Habitante e prisioneiro da sua submersão

Nunca mais voltará para o porto...