Outonos de diamantes trazem folhas com os ventos
E o vinho escorre dentre taças de cristais com o frio
Que mitiga as jornadas adversas dum povo arredio
Lentamente exaltado perante ladainhas sem sensos.
Outrora era na primavera diante do olfato das flores
Que o júbilo incendiava as cátedras donde os cantos
Apareciam encharcados de sentidos sem encantos
E, através de símbolos exóticos, surrupiavam amores.
Se no verão o Sol arremessasse calor meio obsceno,
As criaturas clamavam triângulos sem a vida do seno
A fim de que as tangentes pudessem trazer o inverno...
Afinal, o que os indivíduos tanto viam nas estações?
Por que não buscavam saciar a sede dos corações?
Porque em seus íntimos havia a imagem do inferno!
DE Ivan de Oliveira Melo