Na selva de pedras,
Contraste de mistérios e beleza,
Imensa fortaleza
Da grande cidade,
No templo da saudade,
Fiz minha morada.
E na amurada
Que circunda altos muros de pedras ,
Muralhas da solidão ,
Pedi passagem .
Vi pouco a pouco
Minha mocidade
Se esvair num sonho louco:
A desilusão,
0 nada --
Não oásis, miragem!
No castelo de pedras,
Onde o silêncio de dor medra,
Ensimesmado e aflito,
Fiz meu refúgio, prisão
Do corpo e da alma,
Às vezes calma
Em minha clausura, às vezes solidão
Inquietante a que me imponho, ladeado
Por plantas e flores matizadas ,
No bosque de ilusões plantado,
Nas tardes amortalhadas
A que fui senhor e prisioneiro
No mosteiro
Da saudade
Onde deixei contrito,
Minha mocidade!