És tão rico, também
Tão pobre.
De alma e coração nobres.
Intuitivamente porém ,
Só te vale tais atributos
Aos redutos
Da posteridade
Quando será lembrado
Com amor e com saudade.
A tua riqueza,
É pior do que a mais
Ínfima pobreza.
Todo ouro.
Todo rico tesouro
Não te pode salvar a vida.
-- Oh Deus! Oh Deus!
Pela misericórdia dos céus ,
Pois, partido de dor, venhor
O pouco que tenho,
Oferecer tudo,
Ao amigo Ludo,
Para salvar- te a vida.
E caio de zoelhos, pela louca
Pretensão, Senhor meu Deus!
Que contradição,
Meu amigo, meu irmão!
Nem mesmo a mão
De amigo, te posso dar agora,
De nada vai prestar
Na tua extrema hora,
Seja embora
De amor, um ato singular,
Só vai a mim e a ti fazer
Mais chorar!
Que ingrata a vida ,
Tirar de alguém a existência
Ainda nos albores do existir ,
Abreviar a vida,
Num triste partir!
Oh, Deus, que dor!
Que tormento, Senhor,
Está moléstia terrível,
Que está levando a vida, tudo
Está levando do meu amigo Ludo.
Quando a vida é risonha e linda,
Triste sina, o leva ainda,
Nos albores da existência ,
Peito aberto a ilusões e sonhos,
Sede imensa de viver.
Mas não. A pouco,
Bem pouco, irá morrer!
Por misericórdia, com o abrigo
Do Teu Infinito Amor, Senhor,
À família do meu querido amigo
Ludo, que está indo embora ,
Pai Celeste, consola!