AQUELE OLHAR...
Eu queria compor, em verso, uma elegia
Para exaltar aquele olhar que existe nela!
E da tristeza que eu senti não falaria,
Destoando de Abreu, Azevedo e Varela!
De Tomás, as liras de amor e de magia
Eu clonaria tudo que Minh! Alma anela!
Seria uma canção de amor e harmonia,
Sem a tristeza que eu senti nos olhos dela!
Mas, me saiu este soneto neste instante,
Ao me lembrar daquele olhar tão penetrante
Que um dia eu vi e me levou pensar até,
Que tal olhar fora esculpido em outra era,
Por um artista, morador de outra esfera,
De tão profundo e sensual que ele é!
Nelson de Medeiros