Me corto
Querido diário...
Era assim, que menininha inocente começava seus escritos.
Escritos esses cheios de significados e sentimentos.
Pura...
Inocente...
Intocada...
Pura.
Agora, é assim, que começo, a escrever.
Querido diário
Destruída estou....diário.
Pulsos cortados...
Meu manto puro, agora é, cheio de impurezas.
Sangue
Pulsos cortados...
Respirando automaticamente
Pulsos cortados...
Coração dilacerado!
Oh!; a dor...
Oh!; a dor é tão boa!
Me faz sentir, quase viva!
Estou
Cinzenta, em 50 tons de dor, minha alma está.
-Sem chances!
Sem chances de ser salva!
Você...
soluços
Você... levou tudo.
Não me restou nada!
Nada para o que se lutar!
Nada...sussurro
Olhar vago, em meu rosto.
Sem minha vitalidade
-Sem nada.
Porque, tu levou tudo!
Pulsos sangrando...
Escorrendo por essa lápide...
Seu túmulo...
Meus pulsos ergo diante da sua lápide
Sangue respingando da ferida ainda recém adquirida.
Ergo os pulsos diante de sua lápide
Tentando te reanimar
Olhar vago
Sussurro...suavemente
\"Veja amor...desde que, você se foi, tento ser forte mais venho falhando miseravelmente.....tento. Mas quando a cortina se fecha. Me vejo, só, novamente.\"
Só. Sem. Você.
Então, volto a me cortar.
Tão viciante
Externar
De dentro pra fora.
E venho, aqui, em tua lápide, tentando e tentando inutilmente, te reanimar.
(Com meu sangue)
Loucura? Eu não sei!
Eu só sei, que não sei mais, o que é, a lucidez; a um bom tempo.
Desde que você partiu, se foi e, não me levou junto.
Me corto
Por quê?
Eu não quero viver.
E quando você se foi, levou consigo, minha alma.
Sem dor...
Então, me corto e corto tentando inutilmente, talvez, quem sabe, acordar desse pesadelo que é, não ter você!
Me corto
E me corto e novamente.
E de novo e de novo até você voltar!
Eu vou me cortar.
-Até você voltar.
Ou até morrer.
Amo você.