Poderia te escrever muito versos,
todos seriam rotos, abstratos, dissonantes,
eternos nessa razão, entre canções inebriantes,
ignóbeis entre o ser e o estar, presumidos.
Poderia ser eu mesmo e te amar mais,
querendo teu corpo entre paredes, sempre.
Acalentando esse sonho desses beijos quentes,
presumindo na tua vinda, inspirando-me sonetos.
Meus gestos não são meus, nessa construção!
Meus anseios não são meus, nesses desejos!
Meu amor não é só meu, é teu, entre paredes,
não sou mais que os momentos nesse coração errante.
O que sou?
O que tenho?
O que somos?
Onde e quando seremos nesses medos?