Jonas Teixeira Nery

O que, onde?

Poderia te escrever muito versos,

todos seriam rotos, abstratos, dissonantes,

eternos nessa razão, entre canções inebriantes,

ignóbeis entre o ser e o estar, presumidos.

 

Poderia ser eu mesmo e te amar mais,

querendo teu corpo entre paredes, sempre.

Acalentando esse sonho desses beijos quentes,

presumindo na tua vinda, inspirando-me sonetos.

 

Meus gestos não são meus, nessa construção!

Meus anseios não são meus, nesses desejos!

Meu amor não é só meu, é teu, entre paredes,

não sou mais que os momentos nesse coração errante.

 

O que sou?

O que tenho?

O que somos?

Onde e quando seremos nesses medos?