AMANTE ETÉREA
Não! Jamais me digas que fujo deste amor,
pois que este imenso e majestoso sentimento,
é furacão que tudo arrasta num momento
mas, depois é brisa que acalma o trovador!
Não! Não me fales de tristezas e de dor,
pois que a alegria é dom de Deus, é fragmento
de Luz que clareia a escuridão dum tormento
qual primavera num jardim, turvo, sem cor!
Não! Não me digas que são frios os meus versos,
pois que de amor é que eles são mesmo dispersos
em saudades que eu já nem sei donde elas vêm!
De ti, talvez, ó Musa etérea, amada amante,
alma fagueira, inconsistente, eterna errante,
doirado sonho que da vida vai além!
Nelson de Medeiros
Cachoeiro de Itapemirim, ES, 15/12/1990