Arlindo Nogueira

VIDA DO POETA

Sou poeta artesão do poema

Versejo a linguagem poética

Com subjetividade dialética

Os versos ressoam no além

Na translinearidade que vem

A suave magia da realidade

A poesia reflete a intimidade

Do avesso da alma também

 

Alguém palmilha vagamente

Por entre o renque de buritis

Ouve o cantar do bem-te-vi

O som melódico de saudade

Sente emergir a sensibilidade

Entre as palmeiras em flores

Fatiga a retina nas multicores

Lindo poema na subjetividade

 

Turva os olhos na folha verde

Reflexo da luz do Pôr do Sol

Lá no horizonte fugidio farol

Da estrela que vem surgindo

O infinito da noite emergindo

Tece o sono no escurecimento

Versos vertem no pensamento

Declamando me sinto Arlindo

 

O ar lindo sintetiza belo poema

Tal qual a rosácea ao florescer

No instante já do ensombrecer

Na sutileza da poesia predileta

Que deixa nossa alma inquieta

Fragrância do perfume da flor

Inflorescência cimeira de amor

Poesia que dita a vida do poeta