Foi um atropelo na avenida, em algures!
Ocorreu o atropelamento de um pingente,
enternecido com a tarde que caía mansamente!
O colo da serra bordejava a avenida do atropelo.
Não houve gritos. As fanfarras próximas emudeceram...
Não houve gestos para esse ser errante!
Lamentações surgiram nessa avenida desordenada.
Silêncio momentâneo nessa dor transfigurada.
Na esquina mais próxima um teatro popular!
Um anti-Nelson Rodrigues discutiu-se nessa tarde.
Dessa morte anunciada, desse pingente, pouco se falou.
Foi o dia dos que chegavam em busca de amor!
Veio a ansiedade do perdão, na reflexão de cada gente,
nos malogros da avenida, transitavam indiferenças!
Captou-se lágrimas advindas do teatro, na avenida do atropelo!