Eliabe Lira

Oleiro do amor

Do amor de outrora,

Cacos, restos e estilhaços.

 

Como canção que chega ao fim,

Refrão que se repetiu, repete.

 

Que felicidade em estar livre,

Livre de me sentir seu.

 

Sou canções de Bethânia,

Sou menino do senhor Gil.

 

E quando passa o vento impetuoso,

Voando comigo está seu cheiro, longínquo.

 

Da terra fértil que brotavam flores, 

Se foi meus sentimentos, amores.

 

Quisera eu, pobre cego do acaso,

Rolar os dados do destino, te ver.

 

Com todas as palavras amargas,

Escolho a mais sensata, amada, silêncio.

 

E depois de esmerilhar meu coração, 

Volto ao ponto inicial, junto o lixo.

 

Rasgando meus pés em amarguras, 

Junto cada pedaço seu que ficou, que amo.

 

Feito fênix de fumaça, te refaço 

Só para me deixar, me machucar. 

 

E ainda mais lindo que meu amor covarde,

É o motivo pelo qual me arrisco, seus olhos.

 

Os olhos que me fazem voltar mais uma vez,

Que acendem minha lamparina, que me deixa no breu.