Arlindo Nogueira

PAMPA

Eu vim do ventre do campo sulino

Trago o cheiro da grama molhada

A minha história desde menino

Escrevi no rastro do pó da estrada

Cresci no meio do verde da pampa

Tela que retrata a campina do Sul

Do gaúcho de bombacha branca

De chapéu tapeado sob o céu azul

 

O vento minuano soprando a relva

De manhã cedo no campo orvalhado

Abrindo a porteira tradição conserva

Soltando no campo rebanho de gado

Cresci no meio do verde da pampa

Tela que retrata a campina do Sul

Do gaúcho de bombacha branca

De chapéu tapeado sob o céu azul

 

Grita o quero-quero no berro do boi

Se leva a pinga no casco da guampa

Porteira vai abrindo e o gado se foi

O rastro que marca a vida no campo

Cresci no meio do verde da pampa

Tela que retrata a campina do Sul

Do gaúcho de bombacha branca

De chapéu tapeado sob o céu azul