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Helio Valim

Não basta torcer, aplique!

 

Privatizaram o estádio

e o time do coração!

Quanto vale a emoção?

Um tostão, um milhão,

uma anônima ação,

quiçá uma S.A.?

 

Torcedores atônitos

vibram com as ações

de seus times nos pregões,

torcem por gols de bônus,

dividendos dos pênaltis

e escanteios como ônus.

 

Seus atletas são operadores,

chutando em suas mesas

operações sem emoções,

onde torcedores são as presas

de anônimas sociedades,

onde ter lucro é goleada.

 

É fundamental ver o torcedor

cantando jingle do patrocinador,

agitando a logomarca do time,

sentindo-se parte da corporação

que explora sua paixão.

Não basta torcer, aplique!