Jonas Teixeira Nery

Descaminhos

São longos os caminhos dessa noite fria, solitária.

Preço normal que se paga por tua liberdade conquistada.

Ironia particular do teu mundo espontâneo,

projeção natural da opção irreverente, conflitante.

 

Habitante desse espaço, prisioneiro das incertezas.

Delirantes medos internalizando olhares vagos.

Como menino cativo, inquieto, boquiaberto,

acaricia o véu estendido nessa noite fraturada.

 

Tua felicidade é um pouco que fica, sem queixas!

Não projetas nada em ninguém, acabrunhado.

Caminha com teus passos entre paisagens mortas,

sem perspectiva, nem repulsão. Aceita!

 

Teus olhos não cansam de procurar.

Tua face impassível não denota tristeza.

Não demonstras cansaço, nessa noite sombria.

Imprescindível é prosseguir nessa tortuosa estrada,

buscando preencher esse coração vazio, deformado.

 

A vida prossegue pulsando, entre vidas.

Tua vida prossegue pulsando nessa lida!

Sonolenta entrega dissolvendo segredos infindos,

numa paisagem amorfa, abandonas tua poesia.