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Ema Machado

Como não houvesse amanhã…

Como não houvesse amanhã…

 

Abro de par em par, as portas da tristeza

Saio de mim, há um jardim à espera

Nele, é sempre primavera

Aspiro eflúvios, aí habita a beleza

Margaridas, rosas, papoulas, colibris e borboletas 

Alegria sempre derrama, a tudo rega 

Vida abundante, a tudo se agrega

Por entre risos, há caminhos

Desperta, liberto das grades meus sorrisos

Alimentam a alma, germinam sementes de calma

E, ainda que surjam pedras, espinhos

Não são, nem serão intransponíveis

Aprendi a gostar do bom, não maldizer o ruim

Há luz, acende na alma

Se não houvesse, amanhã? Seria o fim…

Viver é dádiva, um dia… uma noite

Outra manhã…

Generoso, quem me criou

Engulo e agradeço, cada colherada de vida… 

E ainda, por ter a mente sã…

Ema Machado