OLHOS NOS OLHOS
Arranquei dos teus olhos o teu amor resumido
Desnudei no teu olhar a minha face na tua
Dilacerei tua retina e tua pele nua
O meu sol na tua lua
Tua retina praticamente crua e sem cor
Desvendava no meu corpo todo teu sabor
Olhos nos olhos
Face a face
Os meus a penetrar nos teus
Olhos que encontram o teu amargo silêncio
Da tua paisagem solitária
De tempestades sem ventos
De mares sem ondas
Da tua fera ferida
Que carregas até hoje adormecida
Em teus olhos vejo até hoje a mentira que alimenta
Uma pulsação de lágrimas
Que corre em teus rebentos e não arrebenta
Olhos nos olhos
Tão puros e doces no teu cor de mel
A verdejar no meu com sabor de fruta doce
Que me olhou um dia tão profundo
E partiu em busca de uma fuga nesse grandioso mundo
O tempo irá provar
Que os meus e os teus olhos há de novamente se encontrar
Num abraço e num beijo intenso a te entregar em meu mar
Olhos nos olhos é o que peço agora
Afogados nos meus
Saudade que dói com cor de tristeza
Seus olhos em lágrimas veem nos meus
O libertar de toda a tua correnteza
Aqui dentro do meu olhar
Dentro do meu mais profundo sentir e do meu amar
Só eu e você
Minha brasa meu vulcão e o teu dragão
Teus olhos nos meus nessa intensa expressão
A brilhar noite e dia
Trazendo toda tua brisa
E a me entregar toda a tua solidão
Vlad Paganini
Teus olhos no escuro olham
Mas escondidos tu não estás
Tu estás sim dentro da tua escuridão e da tua solidão
Teus olhos não esquecem os meus
Não deixam de me desejar e de me observar
Mas através do meu facho de luz
O meu olhar te chama numa intensa luz que te seduz
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