Contra o concreto da calçada,
folhas repousam sossegadas,
mas, voam ao serem varridas,
sendo em borboletas alçadas.
Batendo asas ao vento,
são carreadas pela torrente
de elementos dormentes,
capturados sem consentimento.
Vento de plácida comoção
sopra intenso e nada o detém,
pois, Clio, a musa que libera a inspiração
não catalisa a razão por puro desdém.
Folhas transmutam-se borboletas
quando a criatividade vence a razão
e pelo vento dos sonhos são levadas
para muito além da emoção.