Carlos Lucena

PRECE

PRECE

Meu Deus!
Assim imprudente que sou
Mergulhado no sangue e  na carne
Resta em mim este sopro de brisa socorro do Espírito!
Mesmo ínfimo e pequeno
Vazio e seco
Permite - me a plenitude da tua generosidade!
Tanto assim cedendo  aos velhos instintos
E as antigas languidez da alma
Teus braços
Foram sempre abertos tal qual a maternal alcova pronta para filho.
Ainda que medonho seja o carmim da carne e do sangue borbolhando nos meus pecados
A tua plenitude
Não me deixou no vazio da vida nem esvaziou a alma!
Meu Deus
Mesmo tragando
Do vinho dos mortais e absorvendo o absinto dos corpos infrigidos
A mim estendeu sempre a Graal transbordante do teu amor!
AMÉM!