Vai prum lado, vai pro outro,
é uma busca incessante,
uma hora está nervoso,
outra hora hilariante.
Não contenta com a rotina,
é uma agitação sem medida,
às vezes, dá a mão de agrado,
outra vez, a palmada desferida.
Senta e levanta sem parar,
num destempero arrepiante,
vai pra roda, gira e para,
é parvalhice a todo instante.
Como o vento sem lado,
a história capota,
positivo ou negativo, é reflexo,
da clareza da anedota.
E assim, termina o dia,
com a direção de uma vida reversa,
sem complexo ou reflexo,
do que trai a má conversa.
E nessa incontinenti vagueza,
quando a opinião não tem disputa
a manipulação é tão freqüente,
não há falácia: É sim, biruta!
Que dureza, a vida prega,
d’uma revelação tão narcisista,
em que ignora o comparativo,
de se prover nome na lista.
Eu, você e quantos por aí,
não nos vimos nesse contexto,
e a birutice, então, não escandaliza,
quando se acha algum pretexto.
O “resumo da ópera”,
é apenas um exemplo singular,
para cada biruta desvelado,
há sempre uma falsa roboração popular.
Como registro de tanta certeza,
sempre se encontra um depressor,
no argumento de que para cada dez humanos
adjetivamente, há um biruta ao redor.
No arregalar tão praticista,
só resta o alinhamento da disputa,
de um lado a vergonha do exagero,
de outro o condoer do biruta.