No silêncio d’alma vazia
eu procuro pela poesia
Palavras poéticas sabem
que jamais nascem em vão
São pérolas lapidadas
nas lavras do coração
É o sentimento exposto
que se perde da razão
e é máscara sem rosto
Também pode a poesia
ter um traço de alquimia
Miraculosas sementes
no solo fértil do jardim
Versos se criam assim
de paixão entrelaçados
ao calor da estação
com sal do rosto regados
e com o carinho da mão
Uma profusão de cores
paletas da natureza
conferem rara beleza
momentos de abstração
E, na memória das pedras
as histórias remanescem
Outras formas surgirão
Há poemas que florescem
literalmente do chão
Zaira Belintani
Foto: Meu jardim (Zaira belintani)