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Elfrans Silva

A POETISA ANÔNIMA

A POETiSA  ANÔNIMA

Assentas no banco da Praça 
Venusta, tão cheia de graça
Pra redigir teus poemas
Absorta em teu meditar
Em que ou quem se inspirar
Escolhendo estilos e temas

 

Com jeito todo delicado 
Olhando pra cima, pro lado
Pra reconhecer o lugar
Notei no seu  belo sorriso
Haver lá o que era preciso
Para a sua história contar

 

Confesso haver apanhado
Alguns rascunhos jogados 
Que esqueceras no chão
Tantos pedaços picados
Mas, que ao serem juntados
Revelara-me teu coração 

 

Nas letras, a sinceridade 
De quem amou de verdade 
E se entregou com paixão 
Como nos contos de fadas
Flores ao longo da estrada 
Amor, prazer, sedução...

 

Com requintes tu descrevias
O homem das suas poesias
Nas tardes quentes, serenas
Eu ajuntando as frações 
Revivendo doces ilusões 
De ser teu astro nas cenas 
 

Só uma tristeza eu sentia
De não ver nas tuas poesias
Teu nome nos dados pessoais
Trocando a razão por loucura 
Persisto na minha procura
De te ver nas redes sociais 

 

Foi numa tarde enfadada
Que a vi sentar na calçada 
Do lago de um formoso jardim
De repente a força do vento
Ventilou alguns fragmentos 
E um papel caiu sobre mim

 

Pressenti na forma escrita
Reverso, da sorte, em desdita 
Seu sonho aluir num segundo 
O poeta em tudo que escreve
Revela ou esconde o que deve
O ultimo a se crer neste mundo

 

Choravas a perda e ausência 
De quem imaginava a presença 
Sem que ele existisse, de fato
Colhi tuas histórias no vento
Te amando no meu pensamento
Diva poeta...no anonimato