A POETiSA ANÔNIMA
Assentas no banco da Praça
Venusta, tão cheia de graça
Pra redigir teus poemas
Absorta em teu meditar
Em que ou quem se inspirar
Escolhendo estilos e temas
Com jeito todo delicado
Olhando pra cima, pro lado
Pra reconhecer o lugar
Notei no seu belo sorriso
Haver lá o que era preciso
Para a sua história contar
Confesso haver apanhado
Alguns rascunhos jogados
Que esqueceras no chão
Tantos pedaços picados
Mas, que ao serem juntados
Revelara-me teu coração
Nas letras, a sinceridade
De quem amou de verdade
E se entregou com paixão
Como nos contos de fadas
Flores ao longo da estrada
Amor, prazer, sedução...
Com requintes tu descrevias
O homem das suas poesias
Nas tardes quentes, serenas
Eu ajuntando as frações
Revivendo doces ilusões
De ser teu astro nas cenas
Só uma tristeza eu sentia
De não ver nas tuas poesias
Teu nome nos dados pessoais
Trocando a razão por loucura
Persisto na minha procura
De te ver nas redes sociais
Foi numa tarde enfadada
Que a vi sentar na calçada
Do lago de um formoso jardim
De repente a força do vento
Ventilou alguns fragmentos
E um papel caiu sobre mim
Pressenti na forma escrita
Reverso, da sorte, em desdita
Seu sonho aluir num segundo
O poeta em tudo que escreve
Revela ou esconde o que deve
O ultimo a se crer neste mundo
Choravas a perda e ausência
De quem imaginava a presença
Sem que ele existisse, de fato
Colhi tuas histórias no vento
Te amando no meu pensamento
Diva poeta...no anonimato