Olho para o teto do quarto
Deitado na minha cama.
Meu peito dói, não é infarto,
Meu leito é frio, estou na lama.
Sempre sonhei em poder compartilhar
Meu sentimento, que o limbo criou.
Nele, contudo, tu não queres repousar,
Me sinto insuficiente, mas você me inebriou.
Me fez sorrir e pensar
Que mesmo sem um toque
Eu poderia me deixar
E amar. Mas foi um choque
Quando você se afastou
E levou consigo um pedaço de mim.
Meu sentimento se quebrou,
Tornou-se azul, o que era carmim.
Amava, mas agora está confuso.
Gelo toda vez que te vejo, e receio
Que pela incerteza do meu peito triste e recluso,
Não sei mais se te amo ou te odeio.