margarida

aquela pedra sem polir

aquela pedra sem polir

quis guardá-la para mim,

limpei-lhe a terra que trazia

e cuidei dela assim.

 

tinha laivos de granito,

um tom escuro cativante,

aos meus olhos tinha brilho

e o valor de um diamante.

 

certo dia, de repente,

parecia mais pesada,

eu não queria abrir mão,

mas acabei por deixá-la.

 

penso em como estará,

se ficou no chão quebrada.

jamais quis abandoná-la,

serei um dia perdoada?

 

há pedras que vem e ficam,

há pedras que vem e vão.

as que tenho, vou estimá-las,

as que foram ainda cá estão.