Diante da soberania de Deus, eu sou como a teia de aranha no lustre desta morada: estática, incolor.
Faço dos meus dias solidão.E a Deus peço permissões. Fico em constante marasmo por me desviar de paixões indiscretas.
Não procuro os muitos bares movimentados existentes nesta selva planejada pelos homens, reservo-me próximo a um ranchinho do interior qualquer,
tomando um caldo de cana. Sou um boêmio anônimo, meu convívio já virou um vício de sempre servir camaleões nesta terra.
Meus amigos são poucos, escolhidos a dedo, pelas mãos calejadas.
Honestidade é clandestina neste plano.
Meu cotidiano é um sorriso amarelo impopular...
Casa-trabalho responsabilidade de viver.
Bendigo a natureza rara, bendigo a libertação dos pássaros enjaulados.
A liberdade fascina e conforta, a cidade de pedra está saturada: é bela e às vezes rude. Acredito que Deus
Quer transformar nossas vidas, completa de sonhos permitidos.
O Todo Poderoso irá escolher alguns trajados de anjos, para povoar a Terra.
Eu medito portanto:
Preciso ganhar mais dinheiro? Até que ponto? Se eu sou como a teia de aranha, sou um pingo no mundo! E de coração, qual pão não ameniza a fome sangrenta? Porque, só não passa tantas dores sempre vindas? por que o humano muda como o camaleão? diante da humildade!
Será que somos trajados de anjo? Olho a foto de uma criança nos tenros dois anos, e fico imaginando o momento épico de felicidade.
Ainda não passa tanta escassez de humanidade...
O ser humano ama uma coisa ausente, Mistura de esperança, bem-estar.
E ama todo aquele a quem se entrega de coração? E ser for apunhalado? resistirá ao amor.