ASSIM É O SERTANEJO
Sou nascidono sertão
Fui criado na caatinga
Gosto de corridas de mourão
E de um bom gole de pinga.
Também gosto de vaqueijada
De rapadura e caldo de cana
De uma morena afamada
E da sombra do cajarana.
já que nasci no sertão
Não tenho muita besteira
O que me importa então
É não fechar a porteira.
Não deixo o meu roçado
Dele não saio não
Vou morrer agarrado
No meu pedaço de chão.
A seca me castiga
Mas eu não saio daqui
Nem mesmo a fadiga
Me obriga a desistir.
Sei que sou esquecido
Da politica do doutor
Não tenho o merecido
Que me nega o senhor.
Eu sou bastante forte
E tenho muita resistência
Nem mesmo a malvada da morte
Acaba com a minha existência.
Não tem razão seu moço
Para nós ser tratado assim
Acreditar eu não posso
Que este seja o meu fim.
No sertão a gente fala
Como a gente sabe falar
Para que orgulho doutor
Se vai tudo se acabar.
Lá nós se cumprimenta
Não se nega a fala não
A amizade só aumenta
Num aperto de mão.
Não se escolhe a cor
E nem a profissão
se o cabra for doutor
E vinher, visitar o sertão.
Logo ele va ver
Que mesmo sem aprender
A gente tem educação.
Seja homem ou menino
Nascido no interior
Todo povo nordestino
É educado, sim senhor.
Nós tem a barriga cheia
Aqui você não passa fome
Não interessa a vida alheia
Nem a seca que tudo consome.
Sempre tem um capado
Quiné,galinha e perú
Aqui no meu roçado
Tem pra tua familia e pra tú.
Samos um povo que rir
Quando tem que chorar
Nada vai nos empedir
De viver, e de lutar.
Mesmo com o castigo da seca
e o despreso do uoutor
Nós samos felizes
com certeza, sim senhor.
Assim é o meu sertão
e meu querido lugar
pode vim meu cidadão
Que você vai se orgulhar.