Gostar é um pecado irresistível
Deixou-lhe me consumir, permito que me mate
Arranque minhas poesias, fazer-lhas um prêmio
Pendurá-las na parede, expor para o mundo
Contando para ouvidos tuberculosos, minha humilhação e vergonha
Não me envergonho, nem me culpo
Por gostar demais, sentir demais
Expressar demais, nas palavras
Gosto, na verdade, sentir as coisas
Apesar de ser dolorido, não saber exatamente quando chorar
Nem como buscar as lágrimas, saber o que dizer
Ir com calma, acompanhar a maré
Eu tenho pressa, é verdade
Essa pressa acabou com muita coisa, inclusive a mim
Tenho estranhado sua ausência, o gostar e a pressa
Deixando aquilo que tanto reneguei