Há na tua voz a doçura de uma melodia,
em tuas coxas o frêmito dos meus desejos.
Quando teus lábios se abrem num sorriso,
são meus instintos que renascem em volúpia.
Renasce essa loucura de viver intensamente.
Ah esses tempos que não voltam nessa partida anunciada!
Há nos teus olhos indiferença, pérfidos desertos nessa frieza.
Nos meus sonhos balbucio o teu nome sempre.
Desejo reprimido, angustiosa perplexidade, deambulam,
diante da tua ausência adquire formas essas sombras.
Há na tua voz a doçura de uma melodia já longínqua.
Há só desespero clamando, nessa tortura por teus beijos.
Pouco importam os caminhos percorridos,
se já não existe o oásis da tua presença.
Pouco importam os campos verdejantes,
se meus olhos só percebem a aridez desse silêncio.