Carlos Lucena

EPÍTETO DO ALMA

Não me peças para amar o ódio!

Nem para crer no amor que mata!

 

Não me desperte para viver o ócio

Nem para sorver o sonho que maltrata!

 

Não destile o pólen das coloridas rosas

Nem perturbe a calidez das flores.

 

O pólen é para as abelhas sequiosas

E o jardim, para o homem e seus amores!

 

Não desfrute de um coração entorpecido

Nem de uma alma torpe, indelicada!

 

Seja o sangue o sândalo de perfume enternecido

E a alma de encantos iluminada!