Vlad Paganini

TEMPOS CONTRÁRIOS

TEMPOS CONTRÁRIOS

‘As coisas mudam no devagar depressa dos tempos’.

Guimarães Rosa

 

Voltam os tempos em preto e branco

O frio da tua imagem, o frio por dentro

O tempo que outrora o coração se te fez pequeno

E que mal se atrevia a bater

Fingia e fugia do teu sentimento e do teu querer

 

Hoje minha cabeça bate em sua memória

A desmanchar tuas ideias pretas

A esbanjar a tua orquídea

O teu cabe no peito e o desabrochar da tua violeta

 

Volta a tua névoa em luz, volta o teu tempo preto e branco

Se propondo a colorir em aquarela

O clarão da tua cor escondida em sequelas  

A libertar com força em tua imagem, teu amor recolhido

Outrora adormecido

 

Sinto a bater em minha pele o teu novo tempo

Tempo colorido, tempo de aquarela

Uma pequena chama de uma vela

A transformar a sua brasa em uma grande fogueira

Folhagens rubras e amarelas

 

Sinto nesse novo tempo

Tempos contrários

Tempos coloridos

 

Coração permitindo

O calor das tuas mãos em minhas costas

O pulsar do teu ventre no meu umbigo

O calor dos teus abraços

O aroma dos teus lábios 

O toque da tua pele

O cheiro do teu cabelo

E o vento do teu corpo de volta em meu travesseiro

Vlad Paganini

 

\'Que o tempo e o meu verso tenham tomado o seu coração

Que na vida passamos por tempos contrários

Que por vezes se fazem necessários

Que a saudade verdadeira só chega a quem ama

E o verdadeiro amor só brilha a quem sabe se entregar

Viver e aprender 

A arte de amar\'

 

TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS