E novamente aqui, escrevendo cartas para mim
Essas cartas eu as enfio por todo canto por cada rachadura do universo para ver se em algum momento ela encontra o remetente certo
Eu as assino com minhas digitais porque já esqueci meu nome
As digitais não pegam mais, tem cicatrizes de mais em meus dedos
na verdade essas coisa em meus dedos é sangue seco sangue que mancha minhas mãos porque um dia o arranquei de minha pele, parte com minhas unhas e a outra parte com meus dentes, porque a forma que eu me consumi, foi canibal
Está manchado por todo meu corpo, todos os lugares que minha mão condenada passa ela marca, marca de vermelho, agora já seco
Minha mente era doentia, era a própria criadora de toda tortura avassaladora que me obriguei a suportar
Testava minha sobrevivência todos os dias, arrancando cada dia um pouco mais de meu sangue, para ver até onde sobrevivia
Queria florescer mas parece que me tornei minha própria erva daninha, eu arrancava um pouco de mim todos os dias, e eu só me expandia
Tentava arrancar essa parte que a todo tempo tentava me matar, mas acabei arrancando só meu mais puro DNA
Irei assinar minhas cartas agora como indigente
Me leia e indentifique essas palavras, agora não mais assinadas, como propriedade daquela que deseja um dia passar os dedos pelas estrelas