Poderia deixar algo escrito
Uma carta, talvez
Deixar um registro
E na posteridade
quem sabe, alguma saudade
Missiva, pretenso verso perpétuo
além da frieldade de uma lápide
num sepulcro
Escrever um nobre gesto
Algo que pudesse ainda pulsar
em um porvir além de mim
o meu próprio suspiro
Pois toda boa lembrança
é sinal de algum um afeto
Mas a brevidade do presente
hoje me basta