O dia em que me senti sozinha estando com você foi como estar algemada em uma cela pequena, apertada e escura.
Você silenciou a minha voz e comandou os meus passos.
Você parecia querer me proteger, por isso, de início consentir.
Com o tempo percebi estar sem identidade.
A única coisa que ainda era verdade em mim era meu nome.
Você sempre tinha razão, você era o perfeito e fazia a questão de apontar cada pequeno defeito alheio.
Você presumia me conhecer, mas era incapaz de perceber a minha dor por trás do falso sorriso.
Gradualmente fui morrendo ao seu lado, foi sufocante observar o sonho transformado em um pesadelo.
Não foi fácil encontrar a chave e me libertar.
Precisei recuperar o fôlego, olhar no espelho e perceber que ainda podia viver uma vida de verdade.
A garota no espelho me lembrou que o ser humano não tem o direito de domar o outro, e que até os animais embora sejam sujeitos a nós ainda sim, precisam ser livres.
Foi preciso me encontrar com a menina no meu interior para conseguir me libertar, conduzir os meus passos e expressar meus sentimentos.
Então me libertei e já não me sinto só, porque a raiz da solidão arranquei e por fim agora posso viver.