Ema Machado

Ele ainda se faz presente…

 



Ruas ganham luzes reluzentes

Explodem presentes sem donos

O carmim, vestimenta constante

A espera, é por sonhos e planos

 

A manjedoura vazia, ainda o espera

Corações duros, não lhe abrem as portas

Nascerá em meio aos pequenos

Como no início, lhe voltam as costas

 

Quisera ouvir, novamente sinos

De alegria, entoar-lhe cânticos

A humanidade esquece o Deus menino

Importa a festa, fé é momento lacônico…

 

Quisera pincelar o tempo de nuanças puras

Desopilar o sentir doloroso, que paira errante

É tempo de acolhida e espera 

Daquele, que a tudo regenera

Esperança é para poucos, jaz agonizante…

 

Ao longe, desponta a estrela guia

Os magos de hoje, não a acompanham

Estrebarias ou palácios, repletos de crias

Sem paz, com falsos presentes se assanham

 

É natal, almas jazem sem luz

Corações duros, portas fechadas

Carregam e lamentam o peso dos dias 

Ignoram… O peso da morte numa cruz…

 

Ema Machado.

07/12/2021