Jucklin Celestino Filho

PERDIÇÃO ( ITABUNA, 14 DE MAIO, 72)

 

Nenhum verso cala

No peito do poeta, a tamanha decepção,

Doída laceração que à alma lhe fala

De tormento e reclama da ingratidão.

 

E depõe as armas, e se desespera, instante

Em que a dor lhe é n\"alma mais funda,

Terrível mágoa cortante,

No coração do vate, agonia profunda.

 

Procura desesperado e contrafeito

Na confluência do tempo, o amor desfeito ,

A imagem daquela flor mais bela.

O coração em desencanto revela:

 

Não nego.Mesmo desiludido, foi ela,

Confesso: a flor mimosa, aquela

Que me deixou por herança, decepção:

-- Safira , foste, minha perdição !