Abel Ribeiro

De improviso...

Os dias de tédio servem também

Para um verso de improviso

Embalado nas palavras do ouvido

Da caneta com a folha de papel

Do momento imperdível.

E da hora de tirar o chapéu.

 

O vinho e a taça acompanham

Na embriagues do som

Meu corpo fica tomado

No gozo da palavra e do tom

Namorando com meu ouvido calado

 

A poesia faz amor com os versos?

Amor de momentos e delírios

Atravessados pela nobreza da alma

Apagada pela lembrança que acalma

Adeus ao momento de martírio

 

Mudamos a palavra de lugar

Buscamos na rima lá e cá

Na posição da estrofe

Combinada com o acaso

Aflito, paixão, desprezo...

Sentimento de saudade, desejo.

Palavras são pedras preciosas

Ilude-nos, mas nos retira da solidão

E os versos, ahhh os versos.

São a sua criação.