Rede de vida
Rede de pesca,
rede que liga,
rede que junta,
rede que briga,
rede de Indra.
Tudo está ligado,
entrelaçado,
se reflete, se repete.
Somos atraídos para essa rede
pela nossa própria vontade.
Vontade de estar junto nesta rede,
Difícil separar, sair, ir para outro lugar...
Eta rede! Atrai e pega
com sua viscosidade,
em nossa pobre vida de solidão.
Ah! Solidão! Tão bom!
Livre! Sem a viscosidade!
Sem a melosidade,
sem a uniformidade,
sem nada. Livre!
A teia que prende, repulsa!
Prende e repulsa!
Eu me equilíbro no meio...
Cheia da tudo, me entrego,
me lanço com tudo,
amassando todos
que estão nesse grude.
Confusa, eu tomo pé...
será que é? Isso é?
O que eu quero nessa vida!
Ficar presa nessa teia
sem guarida, sem vida própria!
Sai Indra! Deixa eu viver
minha própria vida!
Bárbara Guimarães
D/A9610 98