Jonas Teixeira Nery

Incertezas

Partes!

Já não tenho a certeza do amanhã.

Quem sabe por onde andarão teus passos!

Para leste é o teu destino?

O que fazer para que o leme desta nave se oriente?

Fico!

Entre esperanças desfeitas,

longos anos de incertezas na tua ausência!

Eterna crise no convívio do mesmo espaço físico!

(já não somos mais crianças nessas desventuras!)

No teu corpo de mulher,

deleitei-me em horas felizes de carícias e conquistas.

Soberbamente doaste todos teus poros.

Teus sentimentos não revelaram segredos,

que me dessem a certeza de um porto seguro.

Esse teu cheiro de fêmea, penetrou-me profundamente.

Na tua ausência, meus sonhos confortarão minhas lembranças.

Partes, num turbilhão de negativas!

Quantas vezes, ainda sob o efeito desse tornado,

pensei em acariciar teu corpo, adormecer, explorando teus seios?

Quantas vezes, entre frases mal construídas,

pensei em depositar minha cabeça, cansado, no teu ventre?

Fico, ainda que nessa tua partida sinta desejos!

Olhando, pela janela, no último instante da tua partida,

sem exaspero, nesse vazio deixado por tu silêncio,

sinto-me prisioneiro desses seios febris, dessas coxas antes minhas.

Permaneço relembrando nossas obscenidades no entardecer,

nesses desatinos desses arrepios entre lembranças.