Efêmero momento de apelos,
disseminando nessa canção profundas emoções,
desfazendo as feridas na reconstrução dessa vida,
buscando novos caminhos, novas cumplicidades.
Espasmos incontidos nessa convulsão.
Convidativos prazeres nesses toques suaves.
Cilada de bocas, que se tocam, nesses beijos úmidos,
nos delírios desse gozo de nossos corpos.
Lágrimas que secam, nos brilhos desses olhos,
olhos inquietos, perspicazes, implacáveis.
Tropeços entre roupas nessa intensa busca,
desordem dos nossos sentimentos, desses desejos.
Profundo aroma se exala, por aí, advindo do teu corpo alvo.
Por aqui, cansados dos rituais das nossas carnes, abandono-me.
Numa jornada visceral de corpos exaustos,
alçando suspiros nesse amor intenso, corrosivo, me deleito.
Deserto é o que fica, nesse silêncio.
Sem recriminação, concedido, contagiante.
Rastro dos últimos êxtases, evanescentes,
entristecendo, momentaneamente, nossos sentidos.