Liduina do Nascimento

Poema de verão

 

Poema de verão

 

Eu te amei perdidamente, num jardim

sem inverno, e sem a luz do sol.

Havia frio na alma cheia de cores, as folhas

secas que os ventos levavam, nas tardes,

com força, se desprendiam, onde meus pés

cansados e descalços pisavam o vazio,

carregando toda a solidão.

Eu te amei perdidamente, nas alamedas,

sobre as flores despetaladas, do verão,

quebrando o silêncio, e os pensamentos

acalmavam por dentro, era tudo o que

a poesia precisava. Eu te amei, demais,

quando em tudo havia mais alegria ...

E o aroma, o meu mundo colorido invadia.

A minha alma nasceu para viver um amor.

Ah se eu te amei! ... ainda te amo.

Eu te amei mais do que pude imaginar,

eu te amei com a intensidade do medo,

como alguém que vai, sem querer voltar.

Eu te amei com força, amei com calma,

amei com veemência, demência, desengano,

nas fases da lua, e na escuridão, eu te amo.

Eu te amei tentando te encontrar,

procurando conchas, pisando a areia ...

Te amei com devoção, com fé, sem te achar.

Nas fantasias, nos mistérios do amor, eu te amei,

de um jeito que conheço, e do que não sei ...

De tudo o que eu quis na minha vida,

você foi quem mais valorizei, ainda te amo,

e te amarei.

 

Liduina do Nascimento