Errei longo tempo por estas ruas desertas,
imerso em sonhos, mergulhado em êxtase,
destoante com teus olhos de mormaço,
olhos com meiguice devorando-me, absorto.
Impulsos ferozes começaram a desabrochar.
Tremor ligeiro aflorou entre medos nesses frêmitos.
Imerso em meus sonhos, carregado de paixão,
sucumbi nesse encanto desses olhos fundos.
Já não queria amanhecer, desprovido do teu hálito.
Tua boca carnuda já me possuía plenamente.
Tu eras minha salvação, meu alento, fundindo-nos
nesses beijos irregulares e ternos, entre canduras.
Tu eras meu tormento, minha contradição,
nesses cheiros de nossos sexos desmedidos.
Minha loucura se perdeu nesse descontrole,
entre pernas e sexos, nossos desejos sucumbiram.
Começaram a desabrochar novos olhares,
novos beijos, beijos ardentes, nessa noite plena.
Esmaecida essa manhã entre gemidos tênues,
incorreto, ingênuo, impetuoso, esse sexo pleno.
Tua boca incorporou a minha boca!
Teus seios aconchegaram meu peito, em frêmito.
Teu sexo convidou-me nesse teu impulso feroz de fêmea.
Nossas coxas se mesclaram, nessa revolução de corpos.
Eis-me aqui fartado desses desejos, arfante,
nessa beleza escandalosamente sensual, entre desejos,
entre bocas esfomeadas, nesses beijos intensos,
entre paredes e molduras, afogueados nessa entrega.