Há dias que eu cogito... Achei-me fútil
E engendrado na vida tão inútil...
A mim não me interessa se o universo
Adveio de um Big Bang e anda disperso
Numa expansão à toa, porém útil
A implícito mistério de ser sútil
Ao cíclico propósito no anverso
De suposta implosão por ser reverso.
A mim não me interessa esta existência
E não me lembrarei nunca, jamais,
Desde eterno universo sem essência,
Infinito a gerar inúteis vidas
Prescindíveis em si, e ainda mortais
Com o fado, igualmente, de esquecidas.