Jonas Teixeira Nery

Desgovernado

Percorro lânguida manhã sem rumo!

Brotando em meu corpo sentidos desvalidos.

Memória nesse plano refletida, agonizante,

nas cicatrizes marcantes dessa entrega.

 

Abismo construído em êxtase,

armadilha desse tempo que passou,

diluindo esses tempos de incertezas,

nas lembranças desse fantasma envolvente.

 

Sem rumo sigo, vadio!

Nas promessas desse corpo em chamas, pressinto!

Nitidez das indecências praticadas, acumulando,

devassidão nos meus pensamentos torpes, semeio!

 

Saudade é o que fica nessa vida!

Vida de desencontros, entre ciladas,

devorando-me na confidência dessas páginas vividas.

Semeando silêncio nessa ausência, prumo!