LEIDE FREITAS

MEU ANJO

 

Sentia na pele a tepidez do sol 

e sorria agradecida por essa dádiva divina.

Caminhava devagar no seu jardim 

aspirando o cheiro suave das flores 

como um beija-flor inquieto, 

gostava de todas as espécies, 

mas eram as mais coloridas

que lhe extasiavam.

Pisava na grama molhada 

que ela mesmo acabara de molhar 

com seus pezinhos descalços 

e suspirava de genuíno prazer.

Olhava o Sol como um astro-rei

e por ele tinha um enorme respeito, 

só ficava a vontade a sua luz, 

no início gostoso da manhã.

Sua mãe a olhava do paraíso 

e sorria, era a sua criança no jardim, 

sempre com um enorme coração, 

sempre sorrindo, apesar de todas 

as quedas e tropeços, se levantava, 

enxugava os belos olhos quase negros 

e continuava a caminhada da vida. 

Sua vida nunca fora fácil, 

mas ela sempre fora íntegra nas ações 

e ética quando necessário.

Agora ela é feliz. Está feliz.

E como mãe não se pode desejar mais,

além da felicidade da cria.

Sinto um vento suave nos cabelos,

um perfume delicado de bebê ao meu lado,

respiro fundo e agradeço: mamãe