Sentia na pele a tepidez do sol
e sorria agradecida por essa dádiva divina.
Caminhava devagar no seu jardim
aspirando o cheiro suave das flores
como um beija-flor inquieto,
gostava de todas as espécies,
mas eram as mais coloridas
que lhe extasiavam.
Pisava na grama molhada
que ela mesmo acabara de molhar
com seus pezinhos descalços
e suspirava de genuíno prazer.
Olhava o Sol como um astro-rei
e por ele tinha um enorme respeito,
só ficava a vontade a sua luz,
no início gostoso da manhã.
Sua mãe a olhava do paraíso
e sorria, era a sua criança no jardim,
sempre com um enorme coração,
sempre sorrindo, apesar de todas
as quedas e tropeços, se levantava,
enxugava os belos olhos quase negros
e continuava a caminhada da vida.
Sua vida nunca fora fácil,
mas ela sempre fora íntegra nas ações
e ética quando necessário.
Agora ela é feliz. Está feliz.
E como mãe não se pode desejar mais,
além da felicidade da cria.
Sinto um vento suave nos cabelos,
um perfume delicado de bebê ao meu lado,
respiro fundo e agradeço: mamãe